Um samba, aqui.
do tupi tamba'kï; literalmente "monte de conchas"
Os Sambaquis são montes cônicos de conchas, resultantes da ocupação humana pré-histórica: os povos caçadores e coletores, primeiros habitar o litoral de Santa Catarina.
Há várias teorias sobre sambaqui, uma mais antiga, e hoje pouco aceita é a de que consumiam os moluscos e amontoavam as cascas para morarem sobre elas, pois constituíam um local alto e seco. Ocupação após ocupação fez com que estes montes atingissem alturas muito altas. Segundo Malu Gaspar, "inicialmente ele (sambaqui) foi considerado um fenômeno natural tal como os concheiros, depois foi entendido como um local de descarte de restos de cozinhas de bandos de coletores e, atualmente, é considerado o resultado de ordenado trabalho social que tinha por objetivo, entre outras coisas, construir um imponente marco paisagístico." E ainda ressalta que, "a idéia inicial de que os sambaquis eram resultado da ação de forças naturais é substituída pela noção de que os sítios demarcam processos naturais, ou seja, de que são um bom indicador para estabelecer a variação do nível do mar durante os últimos 10 mil anos."
O Estado de Santa Catarina possui os maiores sambaquis do mundo, espalhados por seu litoral, de norte a sul – alguns destes sambaquis chegam a atingir mais de 30 metros de altura.
Nos extratos arqueológicos de um sambaqui encontra-se vários vestígios desta ocupação humana, como sepultamentos, instrumentos líticos, fogueiras, restos de cozinha (como ossos de peixes, aves e mamíferos consumidos) e diversos tipos de adornos, como colares e enfeites labiais.
(Adorno usado por indígenas)
Mesmo sendo os grupos pré-ceramistas de caçadores e coletores os construtores dos sambaquis, muitos destes montes foram reocupados pelas culturas ceramistas itararé e guarani. A partir daí, para estudar a região, contamos com dois hemisférios de análise arqueológica: a fase pré-cerâmica e a fase cerâmica.
Era comum a escolha de dois ambientes subaquáticos por estas populações para o estabelecimento de um assentamento: o mar, porém, preferencialmente próximo de lagoas ou desembocaduras de rios; isso somado a fontes potáveis de água doce.
No passado, havia a exploração dessas jazidas arqueológicas para a fabricação de cal. Esta atividade de exploração calcária destruiu grande parte dos sambaquis, não só em Santa Catarina, mas em diversas partes do Brasil
(Figueirinha II - Jaguaruna - Santa Catarina)
(Figueirinha I - cerca de 18 m. de altura - Santa Catarina)